A importância do exame de Toxoplasmose no período de gestação
Publicado em : 20/03/2018
A Toxoplasmose é uma doença que não é manifestada em 90% das pessoas, mas é grave em pacientes grávidas e em recém-nascidos, e por isso devem ser feitos exames de prevenção durante todo o período de gestação.
A Toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma Gondii. É uma doença que não é manifestada em 90% das pessoas, mas é grave em pacientes grávidas e em recém-nascidos, que neste caso é chamada de toxoplasmose congênita.
Durante o pré-natal, o obstetra solicita algumas sorologias (exame de sangue que mostra quais são as principais infecções que a gestante já teve) para avaliar o seu estado imunológico. E a Toxoplasmose está entre as infecções de maior risco para a grávida e o feto.
O grande risco para o bebê ocorre quando uma mãe sem anticorpos para a Toxoplasmose adquire a doença durante a gestação. Por isso, para saber quais são as mulheres susceptíveis à infecção durante a gravidez é solicitado em todo pré-natal uma sorologia para Toxoplasmose.
A sorologia é uma dosagem de anticorpos específicos. Uma sorologia para a Toxoplasmose é aquela que procura anticorpos contra o Toxoplasma gondii, parasita que causa a doença. O nosso corpo só cria anticorpos contra um determinado agente infeccioso se já fomos expostos a ele. Portanto, ter anticorpos contra a Toxoplasmose significa ter sido contaminado pelo parasita em algum momento da vida.
Para resumir esse processo bastante complexo, saiba que o nosso corpo trabalha com dois anticorpos chamados IgM (imunoglobulina M) e IgG (imunoglobulina G). Assim que um germe novo entra em nosso organismo, nosso sistema imune começa a produzir o anticorpo IgM, que é chamado de anticorpo de fase aguda. NaToxoplasmose é possível identificar IgM circulante 5 a 7 dias após a contaminação.
Depois de mais ou menos 4 semanas, quando o nosso sistema imune já conheceu bem o agente invasor, o corpo substitui o anticorpo IgM pelo anticorpo IgG, que é mais forte e mais específico contra a Toxoplasmose. Portanto, depois de 4 semanas, o paciente deixa de ter IgM positivo e passa a ter apenas IgG positivo para Toxoplasmose. Esta IgG para Toxoplasmose ficará positiva pelo resto da vida e impedirá que o parasita se multiplique dentro do nosso corpo.
Concluindo, um paciente com Toxoplasmose aguda tem IgM positivo, enquanto que um paciente que já teve Toxoplasmose e possui o parasita inativo no corpo apresentará IgG positivo. Quem nunca foi exposto ao Toxoplasma tem IgM e IgG negativos.
Então, o problema não está nas mulheres que adquiriram Toxoplasmose por um bom período antes de estarem grávidas, pois neste caso, o Toxoplasma encontra-se adormecido nos tecidos musculares e o sistema imune da mãe encarrega-se de mantê-lo longe do feto. A única exceção ocorre em casos de gestantes com AIDS ou com grávidas que estão com sistema imunológico fraco, em que o Toxoplasma adquirido anos antes pode voltar a ficar ativo e infectar o feto durante a gestação.
Mas o real risco da Toxoplasmose na gravidez ocorre naquelas gestantes que nunca tiveram contato prévio com o parasita. As medidas de prevenção para não ser contaminada com a Toxoplasmose durante a gestação são:
– Evitar consumir carnes mal passadas, principalmente de porco;
– Lavar bem as frutas e vegetais antes de comê-los;
– Lavar bem facas e pratos que tiveram contato com carne crua;
– Congelar a carne por uma semana antes de consumi-la ajuda a matar os parasitas;
– Não consuma carne de procedência não confiável;
– Evite beber água não engarrafada;
– Não pratique jardinagem;
– Evitar contato prolongado com gatos.
Os gatos são os únicos animais que, se contaminados com o Toxoplasma, os elimina nas fezes, servindo como fonte de contaminação do meio e de pessoas. Nos outros animais, o parasita fica alojado e adormecido nos músculos, motivo pelo qual a ingestão de carnes cruas é um dos principais fatores de risco para contaminação da doença.
Portanto, grávidas susceptíveis à Toxoplasmose devem evitar carnes cruas e contato próximo com gatos. Mas calma! Se você possui um gato de estimação em casa, não precisa necessariamente se livrar dele, basta seguir esses cuidados durante a sua gestação:
– Leve-o ao veterinário para saber seu estado imunológico;
– Peça alguém para limpar diariamente a caixinha de areia com fezes do gato. Tente não entrar em contato com as fezes do felino;
– Alimente-o apenas com rações e nunca deixe-o comer carne crua;
– Evite deixar o gato sair de casa, para que ele não corra o risco de contrair o parasita;
– Evite insetos em casa, principalmente moscas e baratas, que podem carrear o parasita e serem comidos pelo animal.
Se o seu gato é bem cuidado, alimenta-se corretamente e não costuma andar livremente pela rua, a chance dele ter Toxoplasmose é muito pequena.
Quando as grávidas tomam os devidos cuidados, a taxa de contaminação é baixa. Atualmente, menos de 8 em cada 1000 (isto é, 0,8%) gestantes com sorologia negativa para Toxoplasmose acabam por se infectar durante a gravidez
A Toxoplasmose na gravidez (como na maioria das pessoas) não costuma provocar sintomas. Nos raros casos onde há sintomas, os mesmos costumam ser leves, como febre baixa, cansaço e dor muscular. Contudo, isso não quer dizer que a doença não seja extremamente perigosa para o bebê e por isso o exame de sorologia deve ser repetido durante toda a gravidez para que haja total certeza de que não há nenhuma contaminação da doença. Não dá para confiar somente nos sintomas para dizer se alguém foi ou não infectado pelo Toxoplasma recentemente.
Mulheres que pretendem engravidar, mas que acabaram de se contaminar com a Toxoplasmose devem respeitar um intervalo mínimo de 6 meses entre a cura e a gravidez para não haver risco de transmissão do parasita para o feto.
Quanto maior for a idade gestacional no momento da infecção, maior será o risco de transmissão do parasita para o feto. Toxoplasmose adquirida na 13ª semana, 26ªsemana ou na 36ª semana apresentam, respectivamente, um risco de 15%, 44% e 71% de transmissão para o bebê.
Mães que desenvolvam Toxoplasmose durante a gravidez, independentemente da idade gestacional, devem ser tratadas até o fim da gestação com um coquetel de antibióticos composto por Pirimetamina, Sulfadiazina e Espiramicina.
Se mesmo após o tratamento, o bebê nascer com Toxoplasmose, sintomática ou não, ele também deve ser tratado com Pirimetamina + Sulfadiazina por um períodode 12 meses.
A ultrassonografia fetal é capaz de detectar aqueles 30% de casos de mau formação do feto causadas pela toxoplasmose ainda dentro do útero. Portanto, os exames de sorologia e ultrassonografia para a prevenção da Toxoplasmose durante a gravidez são imprescindíveis. O Laboratório Base te oferece a melhor estrutura, profissionais e equipamentos para os seus exames e cuidados no período de gestação.